sábado

Outras Vias: Mudança de olhar sobre São Paulo


Não suportava mais São Paulo. Estava no meu limite. Havia entrado em um ciclo de estresse por causa do trânsito. Ficava irritado, fumava, acabava desanimado em uma vida sedentária.
Foi assim que o fotógrafo Arthur Calasans começou a explicar, logo após reunião da Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade), porque adotou a bicicleta em seus deslocamentos diários. Há cerca de seis meses, quando mudou do Mandaqui para o Itaim Bibi, ele comprou uma dobrável e passou a ir para o trabalho na região da Avenida Luís Carlos Berrini pedalando. Aprendeu a deixar o carro na garagem com frequência – quando precisa visitar clientes em regiões mais distantes, dobra a bicicleta e pega um ônibus ou metrô. Está pensando em vender o veículo.
A dobrável no Parque do Povo. Fotógrafo conta que voltou a gostar de SP. (Foto: Arthur Calasans)
“Ganhei mais disposição para a vida, mais energia para tudo. Antes eu vivia cansado, triste. Eu voltei a gostar da cidade.”
Ele estima com base nessa calculadora do blog Eu Vou de Bike, que rodou desde então 1.200 km de bicicleta (atualizado: 5000 km) e uns 1.300 km de carro. “
Hoje, além de viver a cidade de outra maneira, Arthur Calasans faz parte de um grupo de ciclistas que tenta melhorá-la. Gente que, em vez de só reclamar do trânsito, pressiona por melhorias no transporte público e por mais espaço, reconhecimento e respeito para as bicicletas. Calasans tem participado de discussões para organizar o Dia Mundial Sem Carro.